Francisco Alves da Costa Sobrinho
As Tecnologias da Informação aplicadas na comunicação buscam atender as atuais demandas, e exigências, de um público cada vez mais numeroso, ávido para ter acesso, domínio e controle dessas tecnologias informáticas, diante da necessidade de processar as informações e utilizá-las em seu beneficio.
Em “El sentido de la AlfabetizaciónTecnológica”, de Hugo M. Castellano (Revista ConTexto Educativo, nº. 11, Setembro de 2000), há um trecho que diz: “los que egresen em el sistema educativo de hoy sin la preparación adecuada, seram analfabetos tecnológicos em el mundo del futuro”, entendendo-se que esta assertiva nos põe de frente com o sentido oculto que ela carrega, ao substituir analfabetos por indigentes, dando a entender que “os pobres do futuro o serão de conhecimento tecnológico e não de dinheiro, nem de bens, nem de cultura, senão daquilo que terá de lhes permitir – ou não - aceder a todas essas coisas.”
Daí percebe-se que há uma grande responsabilidade posta aos professores e educadores de todos os matizes, “que os assinala como diretos responsáveis por todos os males futuros, se não cumprem com seu dever.” (Castellano, 2000). E o futuro, para além de esboçado, é hoje, agora, ocorre no presente. Não há mais tempo para justificativa axiomática, nem repetições de tentativas frustradoras - que se caracterizaram com o uso da tecnologia neoliberal, formada em oficinas e seminários de ‘marketing educativo’, ‘gerenciamento empresarial e qualidade total’, ou ‘management escolar’, retratando o equivocado panorama do nosso tempo.
Assim entendido, a alfabetização tecnológica adquire sentido de necessidade absoluta, a reclamar soluções que ataquem os efeitos e contribuam para eliminar as causas, servindo para dirimir a injustiça, criar uma ordem social mais benévola e garantir a igualdade de oportunidades para todos.
Deverá servir para educar, para enaltecer e enobrecer ao Homem, ou seja, entendendo de uma vez por todas que, em rigor, o ato de educar tecnologicamente para sobreviver em um mundo tecnologicamente feroz e fomentador de desigualdades, de modo que uns poucos possam ser beneficiados e dados por satisfeitos enquanto o resto agoniza, não é desculpa nem justificativa para educar. E, com esse entendimento, dar sentido libertador e humano à educação tecnológica.
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