Uma Comunidade de Aprendizagem

COMUNIDADE: AS CARACTERISTICAS E VALORES DE UMA COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM

Francisco Alves da Costa Sobrinho


Uma comunidade se forma a partir de necessidades comuns, de interesses a serem satisfeitos, de metas a serem alcançadas, de objetivos a serem estabelecidos e cumpridos, com base no estabelecimento e de cumprimento de códigos expressos através de diversas manifestações e formas de linguagem.


Para existir como tal, uma comunidade materializa-se baseada em alguns pressupostos, os quais dizem respeito, normalmente, a questões que fundamentam e justificam o interesse ‘comunal’, como pode ser o caso da necessidade de moradia, local de trabalho e/ou emprego, estudos, esportes, cultura e lazer etc.


Uma comunidade se faz à base de muitas exigências cotidianas e pressupõe conhecer as formas de defesa, de ataque, onde encontrar apoios, como se estabelecer e conviver melhor, sobreviver e ser capaz da criação de laços pessoais, etc., enfim, que se deva passar por todo um período de adaptação e aprendizado, caminhando pelo novo e pelo desconhecido (em que podem ocorrer manifestações de medo, de insegurança, e sentimentos de solidão, saudade, decepção, indo e vindo nos momentos de maior ou menor tensão).

Assim, a iniciativa de formação e funcionamento de uma Comunidade de Aprendizagem, pressupõe todo um processo de sensibilização e de identificação, realizado através de mobilização e conscientização dos seus integrantes, no sentido de buscar o seu ordenamento e a estruturação das ações a serem desenvolvidas, considerando sua natureza, qualidade e legitimidade; entendendo-se que a Comunidade de Aprendizagem estrutura-se como um projeto educativo e cultural próprio, o qual deverá servir, conforme a educadora Rosa Maria Torres, “para educar a si própria, suas crianças, jovens e adultos, graças a um esforço endógeno, cooperativo e solidário baseado em um diagnóstico não apenas de suas carências, mas, sobretudo, de suas forças para superar essas carências.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O SENTIDO DA ALFABETIZAÇÃO TECNOLÓGICO

Francisco Alves da Costa Sobrinho

As Tecnologias da Informação aplicadas na comunicação buscam atender as atuais demandas, e exigências, de um público cada vez mais numeroso, ávido para ter acesso, domínio e controle dessas tecnologias informáticas, diante da necessidade de processar as informações e utilizá-las em seu beneficio.

Em “El sentido de la AlfabetizaciónTecnológica”, de Hugo M. Castellano (Revista ConTexto Educativo, nº. 11, Setembro de 2000), há um trecho que diz: “los que egresen em el sistema educativo de hoy sin la preparación adecuada, seram analfabetos tecnológicos em el mundo del futuro”, entendendo-se que esta assertiva nos põe de frente com o sentido oculto que ela carrega, ao substituir analfabetos por indigentes, dando a entender que “os pobres do futuro o serão de conhecimento tecnológico e não de dinheiro, nem de bens, nem de cultura, senão daquilo que terá de lhes permitir – ou não - aceder a todas essas coisas.”

Daí percebe-se que há uma grande responsabilidade posta aos professores e educadores de todos os matizes, “que os assinala como diretos responsáveis por todos os males futuros, se não cumprem com seu dever.” (Castellano, 2000). E o futuro, para além de esboçado, é hoje, agora, ocorre no presente. Não há mais tempo para justificativa axiomática, nem repetições de tentativas frustradoras - que se caracterizaram com o uso da tecnologia neoliberal, formada em oficinas e seminários de ‘marketing educativo’, ‘gerenciamento empresarial e qualidade total’, ou ‘management escolar’, retratando o equivocado panorama do nosso tempo.

Assim entendido, a alfabetização tecnológica adquire sentido de necessidade absoluta, a reclamar soluções que ataquem os efeitos e contribuam para eliminar as causas, servindo para dirimir a injustiça, criar uma ordem social mais benévola e garantir a igualdade de oportunidades para todos.

Deverá servir para educar, para enaltecer e enobrecer ao Homem, ou seja, entendendo de uma vez por todas que, em rigor, o ato de educar tecnologicamente para sobreviver em um mundo tecnologicamente feroz e fomentador de desigualdades, de modo que uns poucos possam ser beneficiados e dados por satisfeitos enquanto o resto agoniza, não é desculpa nem justificativa para educar. E, com esse entendimento, dar sentido libertador e humano à educação tecnológica.

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